quinta-feira, 19 de março de 2009

Estranho e calmo...

Embora não caiba mais relatar coisas que não digo, falo de mim mesmo pra ninguém. É tão sórdido esse clima, sol e neblina. Gotejam suor do corpo imóvel após o ato, que parte de nós se contempla aqui? Nomes, jeitos, defeitos... Em passos árduos é que caminho, te busco, te acho e desisto. Então o que faço? Agora é tão chato o que antes era bom, oscilo, sei! Vacilo, e quem não? Contas são contas, pessoas, realmente são pessoas, números, projetos íntimos de dois, volúvel, volúvel, volúvel... Tão estranho e tão calmo...

Comum...

O que há de errado? Já me acostumei com um silêncio de vozes, já me contentei com rostos em multidão. Tanto faz pra mim, o alegre dia de chuva ou o triste dia de sol. É mais que bem-querer, é querer bem, só não sei fazer parte afinal do que queres de mim. Me deixa solto pra ver o tempo correr e perceber o que há para me oferecer, envelheço com os dias para ver até aonde vamos chegar. O que me importa, possa ser que você nunca entenda, são complicados assim. E o querer nem sempre é a verdade do querer, mesmo sem datas, nos tornamos perecíveis ao desgaste cotidiano e só hoje ainda quero, amanhã não se sabe o quanto irei querer. Não se afastes de mim, apenas deixe...

Casa vazia...

Cada dia calmo é o oposto do que tenho nas mãos, vontade de ser um sol e aquecer de fora pra dentro. É no silêncio da noite que ela chega, metade vazia sem saudades do que viveu no dia. Espero o novo chegar mas ainda é cedo, pra partir, deixar você aqui ao menos longe, de forma que a lembrança não alcance. Não há querer que não seja só por solidão, nem palavras ditas "eu amo você", por que os dias não são mais vestígios do que não quero lembrar. Te dei uma casa vazia, um sentimento em forma de lar, que não abriga, mas serve de estadia para você ficar até amanhecer o que ainda há entre nós...uma janela aberta de uma casa vazia, onde não existe morada, apenas estadias...

domingo, 15 de março de 2009

Oceano...

Afinal o que sinto? Perambulo por entre elas e não me aprofundo além de sexo. Afinal porque assim me sinto? Desprovido de sentimentos que perdurem, seria mesmo tão autossuficiente a ponto de não ficar preso a algo ou alguém? Se olhares dentro dos meus olhos talvez veja no fundo deles reflexo de um oceano, mas por fora meras ondas que vão e vem. Só é como me sinto em mim mesmo, é um abrigo que carrego por tantas que já deixei, navegar por entre meus sentimentos, é seguir rumo ao naufrágio nesse barco inseguro. Até que ponto sou porto? Até que ponto sou oceano sem dimensão de local de chegada...