domingo, 13 de abril de 2008

Correr Pro Mar...


Eu não vou deixar, quase tudo que sei, me deixar levar o que ainda não sei. Se tudo brilhará lá longe, trará de volta o sol pra perto de mim, entre cores e formas que nunca desenhei. Não vou deixar a chuva dormir sem acordar em mim a gota, que me fará lembrar cheiro de terra boa, onde plantei sonhos e reguei com lágrimas, tristes e felizes também. Então porque não acreditar, que o vento passa e leva a nuvem carregada, para longe. É calor que arde a pele exposta, é suor que cai do rosto cansado, é mão de calo, é lua cheia, é plantação sim. É lavoura de ilusões, queimando os olhos de seca, mas que a chuva de sentimentos traz abraços de gotas e renascerá, tudo de bom, frutos de esperanças a acabar a fome da solidão de metropóle. Quero ver o mar, correr pra bem longe, aonde possa estar, felicidade escondida morando em algum lugar, perto das pedras onde as ondas não cansam de banhar...quero correr pro mar.

De Dentro Pra Fora...


São verdades, metades ditas do que ainda não sei, como chegar a um arranha-céus, escalando muros de papel e me vem lembrar alguém aonde quer que esteja, tão longe mas perto dentro de mim. Onde errei, já não importa mais, daqui pra frente é o que importa, verdades ditas de dentro pra fora. Que a tarde se vá e traga a noite alguém, ouvir o silêncio da tua voz nas frases perfeitas do teu olhar, porque a cura está perto dessa falta de fé do sentimento a dois, o que deixamos pra depois. Não quero andar por entre o "Eu" sozinho dentro de nós, refazendo um caminho tão veloz, só pra encontrar alguém, capaz de mudar o tom de tudo em volta e fazer o tempo parar na hora certa que chegar perto de mim e sentir o calor da sua presença, aquecida com a história de onde vem, com todas suas lembranças e estradas, por onde caminhou até chegar aqui, se misturando com minha vez de fazer parte dessa história, até se misturar em nós. Seguirei caminhos para encontra alguém que me faça ser... de dentro pra fora.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O Mergulho...

Por entre portas abertas, ao entrar da noite, irei mergulhar no amanhecer de mim mesmo, até encontrar lembranças perdidas na poeira do tempo. E o relógio antigo de parede com seus ponteiros a marcar o tempo que esqueci nas lembranças de quimeras, onde era aprendiz surreal das cores desbotadas que pintei quando sonhei com o mergulho inerte ao alcance de suas mãos, foi o que avistei no fundo desse mar. Oceano de contemplação, dentro de lembranças que não eram mais. Vejo cores flutuarem feitos números e letras, crianças, castelos e areias. A onda a tocar meus pés ao entardecer, é tarde e o som da gaivota. Fecho os olhos, é fluido mergulhar por mim mesmo e é seguro depois do mergulho ao retornar segurar suas mãos...

A Observar o Vento...

O calor que vem de outras direcções, navegam em silêncio por entre noites em que trafegam só, cavando as ilusões e galgando construções dos pensamentos dissipados entre névoas imaginárias. Vento traz de volta o que respiro, suor e pele. Não haveriam sonhos se não fossem o fechar dos olhos nos dias frios em que busquei o sol, no sorriso, no rosto, em tudo que adorna o calor do seu contacto único e fraccionado, pelo espaço, tempo e lugar. Tentei guardar o vento em caixas de telas peneiradas, onde ele circulava livre e eu de fora o observava, contemplando assim sua existência imaginária dentro de mim, mas perceptível por fora ao tocar do seu sopro no meu rosto e no meu corpo feito um pensamento e um sentimento bom.