terça-feira, 7 de julho de 2009

Arido...


Herdo de ti palavras que me presenteiam, as altas horas que compartilho com o silêncio tão alto do som da madrugada. Ela nua em tom vestido, pano fino de névua, ela lua e se despindo de luz em tom de vela. Dentro de mim mero devasto, mero atrito que tocam meus pés...esse chão árido.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Estranho e calmo...

Embora não caiba mais relatar coisas que não digo, falo de mim mesmo pra ninguém. É tão sórdido esse clima, sol e neblina. Gotejam suor do corpo imóvel após o ato, que parte de nós se contempla aqui? Nomes, jeitos, defeitos... Em passos árduos é que caminho, te busco, te acho e desisto. Então o que faço? Agora é tão chato o que antes era bom, oscilo, sei! Vacilo, e quem não? Contas são contas, pessoas, realmente são pessoas, números, projetos íntimos de dois, volúvel, volúvel, volúvel... Tão estranho e tão calmo...

Comum...

O que há de errado? Já me acostumei com um silêncio de vozes, já me contentei com rostos em multidão. Tanto faz pra mim, o alegre dia de chuva ou o triste dia de sol. É mais que bem-querer, é querer bem, só não sei fazer parte afinal do que queres de mim. Me deixa solto pra ver o tempo correr e perceber o que há para me oferecer, envelheço com os dias para ver até aonde vamos chegar. O que me importa, possa ser que você nunca entenda, são complicados assim. E o querer nem sempre é a verdade do querer, mesmo sem datas, nos tornamos perecíveis ao desgaste cotidiano e só hoje ainda quero, amanhã não se sabe o quanto irei querer. Não se afastes de mim, apenas deixe...

Casa vazia...

Cada dia calmo é o oposto do que tenho nas mãos, vontade de ser um sol e aquecer de fora pra dentro. É no silêncio da noite que ela chega, metade vazia sem saudades do que viveu no dia. Espero o novo chegar mas ainda é cedo, pra partir, deixar você aqui ao menos longe, de forma que a lembrança não alcance. Não há querer que não seja só por solidão, nem palavras ditas "eu amo você", por que os dias não são mais vestígios do que não quero lembrar. Te dei uma casa vazia, um sentimento em forma de lar, que não abriga, mas serve de estadia para você ficar até amanhecer o que ainda há entre nós...uma janela aberta de uma casa vazia, onde não existe morada, apenas estadias...

domingo, 15 de março de 2009

Oceano...

Afinal o que sinto? Perambulo por entre elas e não me aprofundo além de sexo. Afinal porque assim me sinto? Desprovido de sentimentos que perdurem, seria mesmo tão autossuficiente a ponto de não ficar preso a algo ou alguém? Se olhares dentro dos meus olhos talvez veja no fundo deles reflexo de um oceano, mas por fora meras ondas que vão e vem. Só é como me sinto em mim mesmo, é um abrigo que carrego por tantas que já deixei, navegar por entre meus sentimentos, é seguir rumo ao naufrágio nesse barco inseguro. Até que ponto sou porto? Até que ponto sou oceano sem dimensão de local de chegada...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Era apenas um afeto...

O que se muda ao cair da tarde, ouvindo rumores de você, que não sabe o porque dessas horas que se vão feito noite. Se esse relógio marcar as horas que não me dediquei a olhar de olhos fechados para o que se tem nas mãos, feito muralhas infinitas que separam o eu de você, verá a falta de afeto que afeta o querer. Amiga distância que tempo tem para mim, que nos conforma a entender que era medo de querer alguém, e tão duvidoso assim ela foge de mim, as horas que separam os pensamentos em vão. Tentei mudar a mim mesmo por entre tanto saber que era mesmo confuso querer ficar aqui, mas é preciso ir quando o tempo termina. E as pessoas aonde estão com seus receios, tentando serem felizes assim mesmo, o que é estar só não é ser sozinho e o que é estar somente juntos é só busca de carinho...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Velha casa...


Minha velha casa é o meu sentimento, nas paredes do quarto é onde abordo teu corpo, despindo tua alma. São toques mútuos agindo como reflexo, é carne, é febre, é pele, é lúdico caminhar por entre lençóis desalinhados. Hoje de ti é bom ter teu sexo, delinear cada curva, boca, cheiro, suor, desejos. Somos imorais enquanto jovens mascarados por linhas dúbias, paralelas de um quarto. Você é sádica e eu romântico, você é sonhadora e eu indecente e assim com um pouco de cada, nos permitimos tudo. Mas o bom mesmo é a velha casa, é essa verdade que procuramos, quando tudo passar e envelhecermos. Ai sim iremos entender o que é realmente ter alguém...ter abrigo, porque as historias já se misturaram tanto a ponto de não ser possível detectar qual parte é a de quem...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Tão perto de dois...

O tempo sem você são dias que passam por mim, como um vento vindo de outra direção, traz o silêncio no sorriso então. Vem o verbo sentir, me ensinar a querer você tão perto assim, somos o que restou de cada um que por aqui passou. Me ensina a ver você como não consegui ver ninguém, de tão perto assim e de tão longe reconhecer seu andar vindo nessa direção. E o que será de amanhã quando brilhar o dia ou que seja chuva, qual o sentido de dois tão pertos assim como se fossem um... Me ensina a permanecer.